O Médico e Chefe do Programa Nacional de Combate à Malária no Ministério da Saúde, Baltazar Candrinho, diz que as alterações climáticas contribuem para estações chuvosas imprevisíveis, favorecendo o surgimento de novos locais de reprodução de mosquitos e mudanças nos padrões de malária, facto que impõe desafios significativos aos esforços de eliminação da doença, onde os recursos e as infra-estruturas são limitados.
O interlocutor, que falava hoje (03.11), segundo e último dia da Conferência sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde, explica que as diferenças em temperatura, distribuição de chuvas e humidade influenciam no tempo de vida dos mosquitos, desenvolvimento de parasitas e na transmissão da malária.
Como forma de reduzir ou evitar a incidência da doença, Candrinho vinca ser crucial a identificação dos desafios e vulnerabilidades enfrentados nos esforços de eliminação da malária sob a influência das mudanças climáticas, assim como o desenvolvimento de estratégias direccionadas, que abordem o contexto específico e aumentam a resiliência e eficácia no combate à doença.
A intervenção de Baltazar Candrinho esteve enquadrada numa sessão paralela, que abordou o tema “Desafios no controlo da malária em Moçambique – papel dos eventos climáticos extremos”.
O evento é organizado pelo INS, Observatório Nacional de Saúde e parceiros, visando partilhar e discutir as mais recentes evidências científicas e experiências nacionais e internacionais sobre mudanças climáticas e saúde.