Um estudo realizado com o objectivo de avaliar o impacto das lacunas das comunidades no conhecimento sobre o uso de aplicações tecnológicas inovadoras nas intervenções para reduzir o impacto das inundações e secas na saúde recomenda o treinamento de profissionais de Saúde em matérias de mudanças climáticas e o envolvimento deste sector na preparação comunitária para lidar com desastres naturais.

As recomendações são do pesquisador do Instituto Nacional de Saúde (INS) Osvaldo Inlamea, que abordou o tema “Inovação digital sobre o aviso prévio de secas e inovações para a prevenção de surtos no contexto da resiliência climática das comunidades em Moçambique”, numa sessão plenária inserida na Conferência sobre o impacto das mudanças climáticas na Saúde, que observa o seu segundo dia hoje (03.11).

O estudo, de âmbito transversal, foi realizado de 1 a 18 de Março de 2023 no distrito de Chibuto, província de Gaza, e abrangeu 251 agregados familiares.

Como resultado, os participantes reportaram períodos frequentes de seca, ondas de calor e cheias como os eventos climáticos extremos mais marcantes nos últimos cinco anos.

O medo de perder machambas e casas foram os principais motivos de preocupação pelos eventos climáticos. A Comunidade reportou, ainda, os eventos frequentes de malária, diarreias e febres de causa desconhecida como principais problemas de saúde.

Outras constatações indicam que a maior parte da população não sabe da existência de meios de preparação para fazer face aos desastres naturais.

“Os celulares analógicos e rádios podem ser úteis como meios de comunicação de mecanismos de mitigação a resiliência comunitária, e o armazenamento de alimentos e migração para áreas seguras foi identificado como mecanismo de mitigação e resiliência comunitária aos eventos climáticos extremos”, disse.

A conferência é organizada pelo INS, Observatório Nacional de Saúde e parceiros.