A região centro do país poderá ser a mais afectada pela malária e doenças diarreicas durante a época chuvosa que se avizinha, segundo a previsão levada a cabo pelo Observatório Nacional de Saúde.
De acordo com Tatiana Marrufo, investigadora do Instituto Nacional de Saúde e responsável pelo Secretariado Técnico do Observatório Nacional de Saúde, a previsão feita com base em dados meteorológicos, e epidemiológicos semanais das principais doenças sensíveis ao clima, mostra que no primeiro período da época chuvosa há alto risco de ocorrência da malária em toda a extensão das províncias da Zambézia e Nampula, bem como a sul das províncias de Niassa e Cabo Delgado, e no litoral da província de Inhambane.
Manica e Sofala tem risco moderado, enquanto que Gaza e o interior de Inhambane e Maputo prevê-se risco baixo.
Na segunda metade da época chuvosa, que vai de Janeiro a Março, prevê-se a ocorrência de chuvas acima do normal no norte do país, pelo que nas províncias de Nampula, Cabo Delgado, Niassa e na Zambézia e na região central de Manica há alto risco da incidência da malária. O Sul de Moçambique continuará com baixo risco.
Para as doenças diarreicas, segundo Tatiana Marrufo, mesmo com pouca chuva, há alto risco de ocorrência com maior incidência na região sul e centro, nomeadamente na cidade de Maputo e províncias de Maputo, Tete, norte de Sofala, Zambézia e Nampula.
Na segunda época chuvosa, alto risco de ocorrência de doenças diarreicas está previsto para as províncias de Tete, Zambézia e Manica e no norte de Nampula, apresentando as províncias de Niassa e Cabo Delgado um risco baixo.
A investigadora, que apresentou este cenário durante uma oficina de preparação para a resposta a emergência para a próxima época chuvosa, promovido pela Direcção de Inquéritos e Observação em Saúde do INS, recomendou a necessidade de se intensificar a educação sanitária (individual e comunitária) para a adopção de medidas de prevenção e controlo antes e durante a época chuvosa, como medida de mitigação.
A oficina de preparação para a resposta a emergência na próxima época chuvosa envolveu todas as unidades orgânicas do INS e as delegações provinciais, e durou uma semana.
Compreendeu duas etapas, sendo que a primeira consistiu na avaliação da resposta a emergência passada, que foi caracterizada sobretudo pela ocorrência da cólera na região norte e centro do país. A segunda parte foi de planificação das acções a serem levadas a cabo na próxima época chuvosa.